Acompanhar alguém que sofre ou precise de ajuda,apoio,orientação no sentido de seu caminhar é um dever Divino.
O verbo acompanhar se analisa em merismas que permitem resgatar na raiz pā- (de pānis, pão), o alimento; e nos prefixos ad (na direção de) e com (junto), a proteção, o apascentar dos que vagueiam pelo deserto do real. É o que o escultores de obras de arte recolhem na bela imagem do anjo inclinado, posto à escuta, vivendo a fragilidade dos limites – tão longe, tão perto – e descartando a confortável posição de neutralidade do cientista - então terapeuta/consultor - eliminada (não sem sofrimento) por Freud, com a descoberta da transferência. A tarefa do Acompanhamento Terapêutico,feita pelo Consultor/Coach passa a ser sagrada no sentido de nunca se esquecer que lida com frágeis emoções e fortes mapas mentais - briga árdua num mesmo individuo . Comovente no sentido literal de palavra que põe em movimento, que convoca o outro a embrenhar-se no campo social, a nunca retroceder diante da mudez do outro, da dor que pede passagem, ainda que reste presa na garganta. O trabalho pauta-se por uma ética que remete a outro domínio que não o da razão e que exige uma escuta, e uma distância, de cuja medida dependerá o que nela ressoe.
